LEONARDO GADELHA DIZ QUE VAI REAVALIAR CENÁRIO COM DESISTÊNCIA DE CARTAXO E ESPERA UNIDADE DAS OPOSIÇÕES PARA DEFINIR RUMOS DO PSC.
Em entrevista ao Jornal das Cidades, desta terça-feira (6), o ex-deputado, ex-presidente nacional do INSS e pré-candidato a deputado federal, Leonardo Gadelha (PSC), falou de sua gestão à frente da previdência brasileira, externou seu ponto de vista acerca da Reforma da Previdência e discutiu os rumos do seu partido, que compõe o grupo oposicionista na Paraíba.

A priori, Leonardo falou do desafio de presidir o INSS por um ano e meio, da estrutura e da modernização do instituto, que deu o pontapé inicial na modernização dos processos previdenciários, que devem ganhar plataformas, como os computadores de pequeno porte e os smartphones.
O ex-presidente ainda relatou a situação do INSS no que tange a defasagem do quadro de servidores, hoje com apenas 36 mil funcionários para atender a rede de agências em todo o país, por onde passam 4 milhões de brasileiros por dia, segundo ele.
"Temos servidores extremamente dedicados, mas que infelizmente não conseguem dar conta da demanda diária de uma rede muito vasta", relatou.
"O futuro do INSS está na digitalização dos processos, assim como fizeram os bancos, no computador, nos smartphones, dentre outras plataformas. Dentro de seis meses, os benefícios deverão ser despachados pela via digital", disse.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Evitando entrar no mérito do déficit que por ventura exista na previdência brasileira, Leonardo Gadelha deixa claro ser a favor de ajustes pontuais na lei que o Instituto de previdência.
Ele leva em conta fatores como o tempo de contribuição, famílias que geram menos filhos na sociedade atual, expectativa de vida do brasileiro e a capacidade do modelo vigente de contribuição que obriga fazer com que a previdência sofra os ajustes necessários para atender àqueles que hoje trabalham e contribuem para que o sistema cumpra sua função com os inativos e assim alimentem o ciclo que permita o mesmo direito às gerações vindouras.
Outro dado exposto pelo ex-gestor é a disparidade entre a previdência do servidor público e do contribuinte comum. Segundo Gadelha, um rombo muito maior, proporcionalmente, do que o gerado pelo regime geral, composto em sua maioria por benefícios infinitamente inferiores.
"Não acho que se faça reforma com que primeiro os mais vulneráveis paguem a conta. Temos a questão do servidor público, por exemplo, que, proporcionalmente, gera um déficit muito maior do que os aposentados e pensionistas do regime geral de previdência. E isso precisa ser revisto com urgência", ressaltou.
O déficit gerado por 1 milhão de servidores públicos aposentados foi de R$ 90,7 bilhões contra R$ 85 bilhões dos 33 milhões de aposentados da iniciativa privada no ano passado, segundo dados da Revista Valor Econômico.
FAMÍLIA UNIDA
A situação política da família Gadelha também foi abordada.
Com até três pré-candidaturas, de forma consensual, o clã Gadelha viu o ex-deputado e ex- prefeito de Sousa, André Gadelha declinar de sua postulação e se integrar ao projeto de reeleição do tio Renato, no exercício do mandato de deputado estadual, que ainda contará com a candidatura de Leonardo a uma vaga na Câmara Federal.
"Família unida e André completamente integrado ao nosso projeto e ao projeto do deputado Renato", revelou.
CARTAXO
Indagado sobre a decisão do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, que se retirou da disputado ao Governo do Estado, na semana passada, Leonardo Gadelha afirmou considerá-lo favorito na corrida ao Palácio da Redenção, mas que respeita sua decisão se guardar seu nome.
Para Leonardo, Cartaxo não encerra sua carreira com o fim do mandato de prefeito da Capital, que ainda tem muito a contribuir com a Paraíba e que o sentimento de dever para com a população pessoense o moveram a permanecer à frente da gestão municipal.
"Cartaxo é o grande favorito na disputa, as pesquisas confirmam isso, mas respeito sua decisão de guardar seu nome neste momento e acredito que sua trajetória não acaba com o término do seu mandato. O sentimento de compromisso com João Pessoa e com a população que o elegeu é o que deve ter pesado na sua decisão", declarou.
RUMOS DA OPOSIÇÃO
Quanto aos próximos passos dados pela oposição, Leonardo enalteceu os partidos que compõem a aliança e reafirmou a postura do PSC no processo.
Ele ainda destacou os nomes de Romero e Pedro Cunha Lima e disse esperar a definição dos rumos do grupo para confirmar para onde e com quem o partido deve marchar.
"O prefeito Romero é um grande nome e o considero capaz de ocupar a vaga de candidato ao Governo, ao tempo que acho que a população de Campina Grande também cobrará sua permanência pela grande gestão que faz à frente da prefeitura", destacou.
Perguntado se Pedro Cunha Lima teria maturidade para governar a Paraíba, Leonardo citou exemplos de governantes europeus, dentre os quais o presidente da França, jovens, o que seria uma tendência nos tempos atuais e a Paraíba acompanharia essa linha elegendo o tucano.
"Temos exemplos bem sucedidos em países da Europa. Pedro é um grande político e tem contribuído e muito para a elevação do debate", afirmou.
"Temos exemplos bem sucedidos em países da Europa. Pedro é um grande político e tem contribuído e muito para a elevação do debate", afirmou.
TRANSPOSIÇÃO
Leonardo falou do trabalho do pai, Marcondes, como um dos pioneiros na luta pela transposição do Rio São Francisco.
Quase 30 anos depois do início do movimento que culminará com a inauguração do Eixo Norte, em julho deste ano, Leonardo se diz feliz e realizado por ver o trabalho do pai concretizado e levando água ao povo nordestino.
Ele anunciou o que chamou de "festival das águas", evento que mobilizará o sertão do Estado em torno da chegada das águas do São Francisco pela nova via da transposição, momento que confraternizarão e homenagearão Marcondes Gadelha como um dos símbolos da obra.
"Estou muito feliz. Em julho vamos festejar a chegada das águas e homenagear a figura de Marcondes Gadelha, um dos símbolos da transposição", destacou.
Germano Costa
Jornal das Cidades