Ministério da Saúde vê estabilização na curva da pandemia e prepara protocolo de flexibilização.
A tendência, porém, ainda precisa ser confirmada nas próximas semanas.
Ainda com média de mil novas mortes confirmadas ao dia, o Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (18) avaliar que o país caminha para uma tendência de estabilização da curva de casos e mortes pela Covid-19.
A tendência, porém, ainda precisa ser confirmada nas próximas semanas.
"Quando olhamos a inclinação da curva de novos casos de Covid, dá a entender que estamos entrando em um platô e que curva se encaminha para uma estabilidade", afirmou o secretário de vigilância em saúde, Arnaldo Correia de Medeiros.
Segundo ele, a pasta diz ter verificado uma tendência mais intensa desde a última semana.
"Precisamos confirmar se tendência permanece com o passar dos próximos 15 dias, mas já conseguimos perceber que estamos talvez entrando efetivamente em um platô de novos casos", disse.
O secretário apresentou dados que indicariam, na visão da pasta, uma desaceleração da média semanal de novos casos diários.
Entre as duas últimas semanas, a média ainda teve aumento –foi de 24.915 para 25.381. O avanço, porém, foi menor do que vinha ocorrendo até então, diz Medeiros.
Já em relação às mortes, a média de novas confirmações passou de 1.014 para 970 nas duas últimas semanas, apontam os dados.
Já em relação às mortes, a média de novas confirmações passou de 1.014 para 970 nas duas últimas semanas, apontam os dados.
A possível tendência de estabilização na curva de casos no Brasil já havia sido citada pela Organização Mundial de Saúde.
A entidade, porém, recomendou cautela e frisou ainda que medidas de prevenção são necessárias para evitar nova alta de casos. "Este é o momento de redobrar a cautela, pois já vimos em outros países que uma estabilização pode rapidamente se transformar em um aumento", disse na ocasião o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan.
No mesmo dia em que anunciou ver uma tendência de estabilidade, o ministério também informou que deve lançar uma portaria com recomendações de medidas de prevenção a gestores que decidirem flexibilizar o isolamento social.
A previsão é que a portaria seja publicada até essa sexta no Diário Oficial da União.
Segundo o secretário-executivo, Antônio Elcio Franco Filho, a portaria orienta medidas de prevenção em diferentes atividades, "desde o convívio social num salão de festas até retomada das atividades".
Segundo o secretário-executivo, Antônio Elcio Franco Filho, a portaria orienta medidas de prevenção em diferentes atividades, "desde o convívio social num salão de festas até retomada das atividades".
"Ela orienta que, quando o gestor flexibilizar ações de distanciamento de acordo com avaliação da curva e capacidade de resposta da área de saúde, ele vai conseguir com medidas de prevenção mitigar contaminação coletiva da população", disse.
"Óbvio que ele vai ter que dar um passo atrás caso haja aumento da contaminação", afirmou. Ele não deu detalhes das medidas.
Questionado, disse apenas que inclui ações como uso de álcool em gel, ambientes ventilados e medidas para transporte público. Também negou que o anúncio tenha relação com a avaliação de tendência de estabilidade e disse que a decisão pela flexibilização cabe ao gestor, mas que a orientação visa que isso ocorra "com segurança".
A medida, porém, vai ao encontro da defesa de flexibilização do isolamento adotada pelo presidente Jair Bolsonaro.
AVANÇO AO INTERIOR
Ao mesmo tempo em que registra uma possível tendência de estabilização no número geral de novos casos de Covid, o país ainda vive avanço da doença no interior, afirmou o secretário de vigilância do ministério.
Atualmente, 4.590 municípios do país, ou 82,4%, já registram ao menos um caso da Covid. Do total, 2.165, ou 38%, tiveram ao menos uma morte confirmada.
A concentração de casos ainda é maior nas capitais e regiões metropolitanas, mas já é possível ver um avanço para mais cidades, aponta Medeiros.
Segundo ele, os dados gerais apontam tendência de estabilização da curva em todas as regiões, mas ainda é preciso ver o impacto da chegada no inverno no Sul e Sudeste, regiões com menor incidência de casos em comparação ao Norte e Nordeste.
Isso ocorre devido a tendência de aumento de casos de vírus respiratórios nesse período. "Estamos muito atentos ao que pode acontecer com chegada do inverno [nessas regiões]."
Após evitar comentar dados atualizados, atrasar divulgações e chegar a retirar de boletim números do total de casos e mortes pela Covid-19, o ministério voltou a apresentar nesta quinta-feira os dados mais recentes em coletiva de imprensa.
Dados da pasta apontam quem foram registrados 22.765 novos casos de Covid-19 nas últimas 24h, com 1.238 novas mortes. O balanço segue dados até 17h30 desta quinta.
Com isso, o total já chega a 978.142 casos confirmados, com 47.748 mortes pela doença.
Com isso, o total já chega a 978.142 casos confirmados, com 47.748 mortes pela doença.